Quem me conhece sabe que nunca acreditei em religião, em deus, diabo, macumba, vudu e urucubaca então... eram coisas de televisão e de pessoas supersticiosas. Devido alguns acontecimentos neste ano fizeram com que buscasse ajuda espiritual para compreensão deles, mas entre isso e acreditar em macumba e urucubaca existia um abismo enorme. Mas depois do que aconteceu comigo neste domingo, desconfio que fizeram uma macumba das pesadas para me manterem na pantufa maldita.
Depois de um logo e interminável mês reclusão em minha casa para que pudesse me recuperar plenamente da queda que sofri no feriado de nove de julho em São Tomé das Letras, decidi que era hora de chutar a imagem e semelhança da pantufa – assim fui definido pela Vivi – para longe e voltei aos treinos, já visando alguma aventura básica no final de semana para voltar a melhor forma física possível no menor tempo possível.
Por isso a ideia era uma pedalada, mas por um problema mecânico no palio verde tivemos que alterar os planos, isso mesmo alterar e não cancelar, xô pantufa maldita!
Como a previsão do tempo prometia tempo ensolarado e seco durante o sábado todo, resolvermos escalar no morro do Maluf no Guarujá e aproveitar para curtir uma praia.
Eu e a Vivi (brisa) Mar partimos de moto, cada um com sua, para o Guarujá no sábado cedo (10h da manhã kk) e chegamos por volta das 11h30 e ao meio dia já estávamos pendurados feitos lagartixa em uma rocha que parecia a chapa da lanchonete da esquina.
O sol não dava trégua e por isso escalamos por cerca de 3 horas, pouco, mas suficiente para mostrar o quão estou pantufa. Em uma via de 5 graus onde 80% da via só tinha apoio para os pés, senti um pouco os músculos das pernas, mas não senti nenhuma dor nos meus pés.
Detalhe! Enquanto escalávamos, tinha uma doida na praia que ficava gritando para nós “Ae escaladores!!! Parabéns!!! Uhhu isso ae!!! Isso ai mina!!” rsrs Brisa muito essa espectadora kkk
Depois de curtir um pouco a praia, voltamos para São Paulo, pois no dia seguinte iríamos caminhar para sentir como estavam meus pés.
Acordei no domingo empolgado e decido que naquele dia sepultaria de vez o espírito da pantufa. Para começar bem o dia, fiz quarenta flexões de braço e quando fui abrir a gaveta para trocar de roupa, puxei com tanta força, que a gaveta saiu do trilho e a gravidade fez o trabalho de leva-la ao encontro do chão, mas entre o chão e ela, tinha o meu dedão!!!
“F$#% da P@#$%! Que dor do C#$%¨&**&¨#! Que dor da P*&¨%$!! Vivi pega gelo, por favor! C@#$%¨& de gaveta” Essas foram as únicas palavras que consegui gritar entre o tempo que a gaveta levou até meu dedo e o estalo que fez depois que ela o atingiu. Kkkk
Agora entendi por os chineses torturavam seus inimigos através de inserções nas unhas. Nem quando cai em São Tomé senti uma dor instantânea tão forte, nem quando quebrei minhas mãos. Nada foi tão dolorido quando a gaveta no dedão rs.
Mas minha determinação era tanta que a pantufa não me venceria tão fácil, por isso, após me recuperar, e terminar de trocar de roupa, partimos para o bairro da Pedra Branca, onde encontraríamos com o Kassio Massa, Anderson, Raphael Yamamoto, Camila Hernandes, Simone Rodrigues, Felipe Jordão e Gabriel Giordano para conhecer um trecho pouco conhecido da Serra Cantareira.
Ao encontrar com nossos companheiros de pernada, partimos sob as orientações de Kassio e Cia, em direção a uma antiga sede de uma fazenda de café. Hoje existem apenas as ruínas da sede e da capela, em um local pouco preservado pelo proprietário.
Pegamos uma trilha que seguia para a direita de quem olha para a ruína da sede. A cada minuto que passava e conforme caminhava, a dor no dedão começou a incomodar muito.
Após uma indefinição por qual caminho seguir, pois o Kassio queria alcançar uma gruta por outro caminho. Após avaliarmos que o vara mato seria bem pesado e o horário estava um pouco avançado, decidimos ir pelo caminho conhecido e pegamos uma trilha bem batida e depois interceptamos outra trilha mais aberta, que me pareceu uma antiga estrada usada para a extração de café. Alias, existem pés de cafés em meio à mata que começa a se recompor.
Após caminhar por uns 30 minutos morro acima, saímos desta trilha e varamos um mato descendo até o vale do rio para interceptar outra trilha. Segundo o Kassio essa era a trilha que eles estavam tentando encontra-la.
Logo chegamos à primeira gruta, esta era pequena. Fizemos uma pequena parada para um lanche, depois os demais seguiram até a próxima gruta e como meu coração parecia que estava pulsando em meu dedão, resolvi ficar já que poderíamos voltar pelo mesmo caminho.
Após algum tempo, a Vivi veio me chamar para conhecer a próxima gruta, pois valia muito a pena e que seguiríamos para em frente e não voltaríamos pelo mesmo caminho.
Realmente, esta segunda gruta é muito mais bonita e interessante. Enormes blocos de pedra em cima um do outro formam um enorme túnel para que a água siga o seu curso. Entre um poço e outro, pequenas quedas d’águas, formam “mini-cachoeiras”.
Depois que a galera que não liga para água gelada, cansou de sentir frio, seguimos pela trilha morro acima até interceptar a antiga estrada da vista alegre, hoje dentro do parque estadual da Cantareira.
Ao chegar à antiga estrada, seguiríamos a esquerda para curtir um banho em uma represa logo a frente e depois retornaríamos pelo mesmo caminho até encontrar com a estrada da Santa Inês.
Devido à dor em meu dedão está cada vez pior e como não mergulharia naquele frio nem por um decreto, decidi ficar pelo caminho esperando os demais. Depois de 30 minutos ali parado, servindo de banquete para famigerados mosquitos, deixei um recado no meio da estrada avisando que segui para o final da trilha.
Não demorou muito e alcancei a estrada da Santa Inês e fiquei esperando pelos demais. Após o reencontro com a galera partimos para a civilização para tomar uma merecida gelada para comemorar mais um dia vivido na companhia da melhor menina do mundo e torcer para que meu dedo melhore no decorrer da semana, pois não aguento mais esquentar a bunda no sofá.
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