terça-feira, 4 de junho de 2013

Cicloviagem pelo circuito do Vale Europeu - Santa Catarina 2ª parte.

3º Dia - Rodeio - Cachoeira do Zinco - Dr. Pedrinho.

Acordamos cedo para tomar café da manhã junto com os demais hospedes que também realizavam a cicloviagem. Eram Abel e Mara, que voltariam a Pomorede e só fariam a parte baixa do roteiro e Christoph e Aline que seguiriam até a cachoeira do zinco.

Depois de um logo e agradável café da manhã proporcionado pelas boas conversas com nossos colegas, fomos arrumar nossas bicicletas, pois teríamos pela frente cerca de 9 km de subida.

Este dia amanheceu com um grande nevoeiro o que dava a sensação de mais frio ainda, começamos a pedalar de anorak para proteger do frio.

Nem 2 km pedalados e já iniciávamos a temida subida. Porém depois da primeira hora morro acima, já percebemos que não era nada de outro mundo e a inclinação era bem suave.

Na metade da subida chegamos no vale dos anjos, marcado por várias esculturas de anjos na beira da estrada, um pouco antes tinha parado para conversar dois moradores locais um senhor e uma senhora. Ambos vieram conversar comigo espantado com o tamanho dos alforges. 


O senhor contou grandes histórias de suas viagens pelo mundo, falando inclusive que o lugar mais bonito que ele conheceu foi a república Tcheca.

Nos despedimos e seguimos morro acima. Da metade em diante tem dois trechos que a inclinação aumenta mas nada que impeça de pedalar, mesmo para quem estava extremamente carregado como eu e a Vivi. 


Pelo caminho as construções e os contornos dos vales e das montanhas compensavam todo aquele esforço.

Antes do topo da estrada há um ponto de água geladinha de uma nascente logo acima, parei para encher as garrafinhas. No final da subida há uma grande área que pode ser usada para camping, para aqueles que curtem viagens mais roots e como tem água próximo, este local se torna estratégico.

Enquanto aguardava a Vivi no final da subida, parei para conversar com o Pepe e comer alguma coisa. Não demorou nem 5 minutos e lá chegava a dona Vivi sorrindo pelo esforço feito na subida. Após ela comer algo, iniciamos a descida até o vale da cachoeira do zinco, cuja estrada é boa e não requer maiores atenções.

Ao chegarmos no desvio para a cachoeira do zinco na metade da descida, devido ao horário decidimos visita-la. Depois de 45 minutos de pedalada onde o caminho alternava uma descida longa e outras curtas, subidas curtas e retas, chegamos a temível subida da cachoeira. Realmente aqui o bicho pegou... inclinação forte, mas mesmo assim eu e a Vivi não descemos da bike e alcançamos o topo da cachoeira depois de uma e meia de pedalada.

Para nossa decepção não tinha trilha que descia para  a base ou pelo menos não achamos e só tivemos a visão do vale, que apesar de ser lindo não apagava a decepção por não acessarmos a base da cachoeira. Na  propriedade que está a cachoeira tem a opção de camping.


cachoeira do zinco ao fundo.
Fizemos um lanche rápido e voltamos ao nosso objetivo, chegar até Dr. Pedrinho antes do anoitecer. Descemos com cuidado pois a inclinação era forte e um acidente ali não seria bom. No meio da descida encontramos o Christoph e a Aline, guerreiros com bikes de ferro e sem alforges, isso demonstra que a vontade de se aventurar independe dos equipamentos que você tem.

No caminho, numa parada em um bar para tomar algo gelado, já que o sol estava forte, encontramos uma família que realizava também a cicloviagem e vinham de Indaial.

Do km 20 em diante há apenas três subidas curtas com inclinação média e nenhuma dificuldade técnica, apesar de ser o dia que mais exigiu de força, estávamos bem fisicamente e chegamos na cidade de Dr. Pedrinho por volta das 17h e fomos direto procurar um hotel, pois não tínhamos reservas.

Por sorte logo encontramos vagas no hotel Cristofolini (R$ 45,00 a diária tele 47 - 3388-0103) e já acertamos o jantar no próprio local a R$ 10 coma a vontade. Tomamos umas brejas e fomos tomar banho. Depois do banho fomos dar aquele rolezinho básico pela cidade. Paramos no mercado para comprar mais linguiça de Blumenau e na padaria para comprar doces.

Após o jantar fomos direto dormir, pois no dia seguinte pedalaríamos dois trechos seguidos do roteiro e acordaríamos bem cedo.
Cachoeira do Zinco.

Tempo de pedalada 5h01
velocidade máxima 44,20
Velocidade média 11,3
distância 57,24
Desnível acumulado 1.520 metros.

Gastos
Hospedagem R$ 45,00 por pessoa
Jantar R$ 10,00
brejas R$ 10,00
doces R$ 5,00
linguiça R$ 5,00


4º Dia Dr. Pedrinho - Alto do Cedros - Palmeiras.

Pela primeira vez conseguimos acordar cedo e para a nossa surpresa não estava tão frio, apesar de estarmos na parte alta do circuito. Tomamos nosso café da manhã, agradecemos pela hospitalidade seguimos nosso caminho para alto dos cedros.

De dr. Pedrinho até alto dos Cedros teríamos aproximadamente 12 km de subida e depois de alto dos cedros até o vilarejo de palmeiras seriam mais 30 km aproximadamente com baixa inclinação.

Na saída da cidade encontramos a família que encontramos no dia anterior pedalando. Seguimos juntos até a cachoeira véu da noiva, onde eu e a Vivi paramos para conhece-la e eles seguiram morro acima.

Nesta cachoeira tem área de camping para aqueles que querem economizar, além de adiantar um pouco o percurso, contudo não há local para alimentação.

Depois de um pausa para fotos, seguimos para alto do cedros. A subida é suave, sem muita inclinação. Durante o trajeto passamos por inúmeras fazendas e o local foi ficando cada vez mais desabitado. Passamos por inúmeros bosques de mata fechada e algumas áreas de reflorestamento de pinheiro.


Antes do meio dia chegamos ao povoado de Alto do Cedros. Chegamos nas duas barragens que por sinal estavam bem baixas e por isso não colaborando com a paisagem.

Fizemos uma boa parada em uma loja de produtos locais. Devoramos mais uma linguiça de blumenau e tomamos um suco de uva.

Por volta das duas horas seguimos para palmeiras, pois já estava ficando tarde e precisamos dar continuidade ou pedalaríamos a noite.

Nos despedimos da família, pois eles decidiram abortar, pois estavam cansados. 

Em alto do cedros tem duas opções de caminho escolhemos ir pela direita e não gostamos muito do caminho, pois por todo o trecho até o vilarejo de palmeiras passamos por áreas de reflorestamento de eucalipto ou pinheiro, o que dava a impressão de estarmos num deserto verde devido a ausência de vida e sons da natureza...

No caminho até palmeiras, mais precisamente na entrada da cachoeira Formosa, teve uma discórdia das bravas. Eu queria desviar para conhecer a cachoeira. A Vivi devido ao horário e a chuva que se ameaçava cair, não queria. Depois de muito argumentar não fomos para a cachoeira e seguimos bravos um com o outro até palmeiras.

Chegamos no vilarejo as 16h30 paramos para tomar uma breja e deixar a discórdia de lado. Ficamos conversando com o dono do bar, o senhor Jaime que aluga casas para o final de semana, se você vier com um grupo grande de até 8 pessoas, compensa reservar com ele (47 - 3386-0632). 

Depois de molhar a garganta e uma boa conversa, fomos procurar pousada ou camping para passar a noite. Mas como eu e a Vivi somos mais atrapalhados do que tudo nesse mundo, passamos por quase 2 km do centro do vilarejo e paramos em outro bar para mais um pouco de conversa com os moradores locais que se espantavam de onde vinhamos naquele dia. Eles informaram que no caminho de alto do cedros até Palmeiras se você precisar pedir pouso em algumas das fazendas é só pedir licença, entrar na propriedade, conversar com dono, que ele certamente deixará você acampar no quintal dele. Uma ótima dica para quem quer economizar e ainda ter mais contato com a cultura local.

Depois de muito procurar, tínhamos decidido ficar no camping para economizar, mas São Pedro não colaborou e mandou aquela água e resolvemos ficar novamente em uma pousada. Ficamos pousada do Jurandir R4 35,00 sem café da manhã.


Depois escolhermos o lugar para ficar, descobrimos que não tinha restaurante aberto no vilarejo. Que droga depois de pedalar tanto naquele dia o que mais precisávamos era de um bom prato de comida. A Vivi pediu um lanche ruim pra caramba e eu pedi uma porção de contra-filet que também não estava lá essas coisas. Tomamos mais umas brejas e uma pinguinha e fomos dormir. A pousada era zoada, cheirava mofo. A chuva não deu um segundo de folga a madruga inteira, porém com o clarear do dia ela foi perdendo força até parar completamente por volta das 6h40.

Tempo de pedalada 6h34
velocidade máxima 47 km/h
Velocidade média 12,2 km/h
distância  78,29 km
Desnível acumulado 1.700 metros.

Gastos
Hospedagem R$ 35,00 por pessoa
Jantar R$ 15,00
brejas R$ 10,00
Feirinha R$ 11.00

5º Palmeiras - Timbó.

Como o trecho deste dia era tranquilo, praticamente descida o dia todo, não tivemos pressa para sair da cama e só descemos para tomar alguma coisa de café da manhã por volta das 8h30 da manhã.

Mais uma vez agradecemos a hospitalidade e partimos para trecho final de nossa aventura. Depois de tantos quilômetros pedalados, lindas cachoeiras e as belas paisagens que todos os vales nos proporcionaram, nossa viagem estava tristemente chegando ao fim.

Seguimos as setas que nos ajudaram por todo o caminho, antes da descida do rio Milanês, ficamos fascinados pela paisagem proporcionada por uma cachoeira que despencava do alto de uma enorme encosta vertical de rocha e coberta no topo por mata nativa. Realmente o vilarejo de Palmeiras era muito lindo e apresenta um grande potencial para o turismo de aventura, em especial para escalada.

A descida o milanês é realmente inclinada, por isso tome cuidado ao soltar os freios se estiver muito carregado como nós. Depois de 12 km de descida chegamos ao vilarejo de cedro alto que estava comemorando a sua fundação. Muito interessante conhecer estes vilarejos em época de festas.


Depois deste vilarejo antes da ultima subida do roteiro uma enorme cachoeira caia do alto da serra varrendo vale a baixo. Esta ultima subida, que apesar de curta, é a que apresenta maior inclinação. Em um pequeno trecho tive que descer da bicicleta, pois devido ao peso dos alforges, não conseguia manter a frente no chão.

Vencida a subida, dali em diante era só descida e as casas voltaram a aparecer com mais frequência novamente, era o claro sinal de que estávamos chegando ao fim.

Chegamos à Timbó as 14h30 a tempo de pegar o resto do buffet regional no restaurante tapioka. Depois seguimos para a rodoviária onde esperamos por horas o ônibus até Blumenau. Chegamos a tempo de pegar o ônibus para São Paulo, porém este também atrasou horas devido ao trânsito.


Finalmente depois de anos conseguimos realizar mais uma cicloviagem... que venham as próximas.
Tempo de pedalada 4h15
velocidade máxima 42,2 km/h
Velocidade média 13 km/h
distância  55,33 km
Desnível acumulado 670 metros.

Gastos
almoço R$ 14,00
lanche R$ 6,50

Link para as fotos

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